...eu acho que quando nós gostamos de alguém,quando nos importamos com alguém,fazemos de tudo pra descobrir mais,pra estar mais perto desse alguém...mas é isso que acontece aqui?...Um dia ainda dou um jeito em tudo isso...por hora,é mais ou menos assim que me sinto no momento:
Acordes da Solidão (Helena Aneleh - Crônica)
Aqui , nesta casa vazia estamos sós... Eu, e esta solidão.
Estou ouvindo um concerto para violino de Bach. Fecho os olhos e deixo que a música me embriague.
Penso em minha vida e em tudo o que ficou para traz. As lembranças passam rapidamente, como um filme em alta rotação.
Não consigo esquecer o mundo lá fora, mas acho que esse mundo já me esqueceu.
A vida é uma ilusão, um sonho talvez. Uma foto antiga esquecida na gaveta, um sorriso, uma lágrima, um adeus e pôr fim, o esquecimento.
É inútil gritar, pois ninguém me ouviria.
Nada me resta além desse olhar cansado, das mãos vazias, do choro contido e desse estranho sentimento de saber que tudo passou.
Se soubesse rezar eu rezaria. Mas a vida me negou essa virtude. Não queria ter tanto sentimento. Se ao menos eu tivesse asas em vez de pés! Poderia então voar até você. E falar baixinho do quanto que eu te quero.
Contar-te da vida, desse dia a dia. Falar-te da chuva, de um sonho antigo. Daquela saudade, do meu desalento. Dizer-te que um dia eu já fui feliz, e que felicidade é coisa passageira, sempre dura pouco, nunca a vida inteira.
E aí quem sabe você me ouviria. E me contaria uma história, me acalentaria.
Ou talvez, moço, cheio de desejo, de olhos fechados então me desse um beijo.
E em sua cama eu me deitaria e louca de desejo, como quem tem fome, eu te amaria.
Mas aqui, sozinha, sem você, cansada; só me resta a música e a casa vazia.
au revoir...
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