sexta-feira, 28 de agosto de 2015

 Eu estava de olhos fechados, sentada no banco de um transporte público, quando uma risada alta de criança me fez despertar. O lugar não estava cheio, mas haviam algumas pessoas de pé. A criança fazia graça com tudo o que via, até que parou e olhou fixamente para algum lugar. Reparei um rapaz sorridente porém com as costas curvadas, como se carregasse um peso suportável porém difícil... ele tinha na mão um saco de pipoca, aparentemente o objeto de desejo da criança. O rapaz então colocou uma pipoca na boca e se dirigiu à criança, perguntando para a mãe da mesma se poderia entregar o saco de pipoca. Mal a mãe respondeu que sim, a criança começou a comer as pipocas com a maior vontade que já vi! O rapaz se afastou ainda sorridente, baixando a cabeça. Conforme ele se afastava, o sorriso se desfazia.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015


Hotaru no Haka é um dos filmes mais tocantes que já assisti. Um filme que faz refletir sobre injustiça, sobre perda, sobre esperança e também sobre escolhas... Esse tal "direito de escolha" que está presente em quase tudo. E é esse "direito de escolha" que faz crescer dentro de nós a esperança. Li algo interessante sobre esperança em algum lugar, era mais ou menos como: "A esperança é a pior coisa que alguém pode ter." . De certa forma concordo, porque enquanto se tem esperança, você não consegue ter um final. 
Acho que foi o meu direito de escolha que me fez ter esperança em algumas coisas e uma aflição na alma para outras. Tento fingir que não ligo, mas todos sabem, quem tem esperança sempre liga...Mas acho que o pior de tudo é ver que, se eu tivesse escolhido seguir 'L' ao invés de 'R', meu destino seria parecido com o de Setsuko... e isso faz a esperança quase me matar... 


domingo, 9 de agosto de 2015

 Por várias vezes eu relembrei o passado, tentando encontrar uma explicação para tudo que aconteceu. Não encontrei. Talvez, como um daqueles segredos que são levados ao túmulo, ou aquelas verdades que permanecem ocultas, você estava apenas tentando evitar ainda mais dor e mais confusão. Relembro os fatos e vejo que você não foi de tudo mau, porém também não foi bom. Às vezes evito algumas pessoas e acabo, mesmo que contra a minha vontade consciente, ignorando outras porque elas me lembram você. Tive muitas dificuldades por sua causa e algumas delas ainda não consegui superar. Houve medo, tristeza e mágoa e não sei de certo se esses sentimentos foram embora. 
 É estranho como o universo age... eu não queria crescer, sempre foi meu medo desde a infância. Eu não queria nada daquilo, mas em meio à toda a dor, a raiva, a tristeza, a mágoa e a amargura que você pareceu mastigar e engolir, fui obrigada a crescer. Eu, em parte, compreendo o porque de algumas coisas e te perdôo, peço à Deus cuidar de você... porém não te quero por perto. Sinto muito.